O trabalho dos bombeiros, que, nesse período de intensa seca, redobram suas ações para conter o fogo e preservar o bioma, foi destaque na solenidade
Preservação do cerrado e homenagens aos cuidadores desse bioma marcaram a solenidade em comemoração ao Dia do Cerrado no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta quinta-feira (12). A autora da homenagem, deputada Telma Rufino (PROS), frisou que o cerrado é o segundo maior bioma do País, possui uma das maiores diversidades de fauna e flora, além de concentrar as três maiores bacias hidrográficas do Brasil.
Segundo a parlamentar, esses fatores aumentam a importância do trabalho de preservação do cerrado. Nesse sentido, ela parabenizou aqueles que atuam em defesa do bioma, como os profissionais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros. Rufino destacou, especialmente, o trabalho dos bombeiros, que, nesse período de intensa seca, redobram seus trabalhos para conter o fogo e preservar o bioma. "Que o cerrado resista firme e exuberante como os nossos ipês", afirmou.
Ao agradecer o reconhecimento em nome da corporação, o bombeiro militar Fabiano Medeiros reforçou que o enfrentamento às queimadas é diuturno nessa época do ano. "Precisamos de todos para preservar o cerrado nessa fase intensa de combate", disse, ao reconhecer a parceria com o ICMBio, Ibram e Previfogo do Ibama.
"Precisamos ser valentes em defesa do equilíbrio ambiental e da convivência sadia com o bioma do cerrado", considerou o presidente do Ibram, Edson Duarte. Ele acrescentou: "Precisamos parar, puxarmos o freio de mão e repensarmos a convivência com nosso meio ambiente". Na mesma linha, o engenheiro da Mútua, Marcelo Morais, considerou que um dos desafios atuais é encontrar o ponto de equilíbrio entre culturas, religiões e sistemas econômicos para preservar o meio ambiente.
Entre os autores brasileiros mais reconhecidos e citados na área de Educação Ambiental, o ecologista Genebaldo Dias refletiu que vivemos uma crise global de percepção. "Será que somos um experimento que não está dando certo?", provocou Dias, que é professor da Universidade de Brasília, ao ponderar que temos tudo para vivermos uma experiência humana sadia, desde que haja empatia e respeito às diferenças.
Cidadão Honorário – Durante o evento, o também professor da Universidade de Brasília, Sérgio Koide, recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília. PhD em recursos hídricos (Universidade de Londres), mestre em Engenharia Civil (UFRJ), especialista em Engenharia de Terminais e Oleodutos, o homenageado atua em hidrologia, contaminação e redes de abastecimento de água. Ao nominar Brasília como a cidade do "horizonte infinito", ele agradeceu a cidadania. Contudo, ele disse que a homenagem deveria ser dirigida à Universidade de Brasília, por sua estrutura e apoio à pesquisa, principalmente diante da ameaça ao futuro das universidades públicas e gratuitas. Em nome da reitoria daquela universidade, o professor da UnB, Jorge Madeira, agradeceu a homenagem da CLDF.
Parabenizou o homenageado, bem como os voluntários e todos os demais "cuidadores do meio ambiente" a presidente do Crea-DF, a engenheira Fátima Có. Vários profissionais da área ambiental receberam moções de louvor, a exemplo do presidente da Adasa, Paulo Salles, que pediu a propagação de "uma cultura de paz em torno da água, elemento conector de todos os ecossistemas da Terra". Ainda durante a solenidade, voluntários do projeto Brasília é o Bicho apresentaram um vídeo em defesa da preservação da fauna e da flora do cerrado.
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Udson Fábio Jornalista