O pouso de um helicóptero dentro de uma fazenda na Cidade Ocidental, município de Goiás, no último domingo, chamou a atenção de moradores pelo barulho dos motores e do grande aparato de segurança que esperava a aeronave
O ilustre passageiro era o governador de Brasília Rodrigo Rollemberg. Além de ter visitado um centro de recuperação de drogados do Goiás, a ida do governador teria outro víeis: um encontro político às escondidas
Entre os seis compromissos agendados na Agenda do Governador do último dia 20/05, publicada pelo portal do GDF, não havia nada que justificasse o deslocamento de Rodrigo Rollemberg a vizinha Cidade Ocidental, município de Goiás, que fica há 30 quilômetros do Palácio do Buriti.
No horário que ele deveria estar no almoço da folia da roça, em Planaltina, o governador descia do helicóptero em uma fazenda que tem um “pesque e pague” na Cidade Ocidental e de lá seguiu em um pequeno comboio, formado por três camionetes brancas.
O rumo tomado, segundo os moradores que conhecem bem a região, apontava para uma outra fazenda que pertence a um deputado e ex-aliado que agora faz oposição ao governo.
Se o governador parou na fazenda do antigo correligionário ninguém soube informar ao Radar.
A fazenda que os moradores se referiram, que fica distantes uns seis quilômetros de onde o helicóptero pousou, é de propriedade do deputado Rogério Rosso, presidente do PSD-DF, partido que ajudou eleger Rollemberg em 2014, e que tem como o vice-governador Renato Santana. Há dois meses, Santana foi expulso da sala da vice governadoria e humilhado publicamente pelo governador.
Estaria Rodrigo Rollemberg, tentando fumar o cachimbo de paz e amor com Rogério Rosso, exatamente agora que o grupo do presidente do PSD anunciou o nome de Izalci Lucas PSDB-DF como pré-candidato a governador nestas eleições?
O Radar procurou o próprio deputado que foi logo dizendo: “qualquer ilação neste sentido eu desminto. Essa é uma notícia sem fundamento”.
No entanto, Rosso não escondeu O fato que realmente é dono de um “sitiozinho”na Cidade Ocidental e adiantou ao Radar que não estava lá no domingo passado.
“Mesmo que estivesse, a chance de voltar a reatar qualquer coisa com Rollemberg, “é zero”, disse o deputado roqueiro.
Para justificar a sua ida de helicóptero a Cidade Ocidental, Rollemberg fez questão de criar um álibi.
Ele postou no mesmo dia, em sua página pessoal que mantém no facebook, vídeo e fotos de uma visita ao centro de recuperação Salve a Si.
A casa de recuperação oferece atendimento a dependentes químicos do município goiano.
A viagem que poderia ser feita de carro, já que o percurso, entre o Buriti até aquela cidade do Entorno, pode ser feito em menos de 35 minutos, Rollemberg usou o helicóptero que só para levantar vôo custa em média R$ 10.000,00.
O uso da aeronave na viagem de dez minutos do governador a Cidade Ocidental foi motivo de críticas imediatas.
O deputado federal Laerte Bessa (PR), disse que Rollemberg, ao mesmo tempo em que fica chorando que não tem dinheiro para empregar na melhoria dos hospitais e da segurança pública, usa o erário para suas viagens politiqueiras fora do Distrito Federal.
“Ele tem que ser é preso”, disse o deputado e delegado aposentado da Polícia Civil do DF.
Já a deputada Celina Leão (PP), disse achar estranho a visita do governador a uma casa de recuperação de dependentes químicos de outro estado, quando deveria visitar as casas de recuperação do DF que estão abandonadas e sem incentivos do governo.
“O que será que ele foi fazer na Cidade Ocidental? Será que foi apenas visitar a casa de recuperação ou fazer algo mais? Mistéeerio!”, ironizou ela.
Sobre a aeronave do GDF, Celina leão diz:
“Se ele está usando o helicóptero para uma agenda política e não para uma agenda de Estado, é no mínimo uma irresponsabilidade do governador. Ele está cometendo um crime de improbidade administrativa”, avaliou.
A distrital afirmou ao Radar que vai encaminhar a Casa Militar do Governo do Distrito Federal um pedido de esclarecimento sobre o uso do helicóptero na viagem do governador a Cidade Ocidental, ocorrida no domingo passado.
O Radar procurou a Casa Militar com o mesmo pedido de informações, mas não houve resposta.
Fonte:Radar DF
