Casamento coletivo ocorrerá pela primeira vez no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Além dos custos do cartório, o projeto arca com a maquiagem e o transporte da noiva até o local da cerimônia
O casal Maria Raimunda dos Reis e Nélio Pereira da Silva, que se casa neste sábado (26), pelo projeto Alma Gêmea. Foto: Toninho Tavares.
Maria Raimunda dos Reis, de 34 anos, sonha desde a adolescência em subir ao altar. Em união estável com Nélio Pereira da Silva, de 35 anos, desde 2010, ela é uma das 80 noivas que se casarão neste sábado (26), em cerimônia na tribuna de honra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha pelo projeto Alma Gêmea.
Ela vai usar um vestido de noiva que uma loja de roupas de festa emprestou. Maria Raimunda conta que não teria condições de arcar com os gastos de um casamento. “Não tenho como fazer do jeito que eu sempre quis, mas não vou desistir”, disse, ao falar que ainda tenta juntar dinheiro para, até amanhã, comprar as alianças e fazer uma pequena recepção para amigos e família.
A dona de casa, mãe de quatro filhos, três deles com Nilson, está ansiosa pelo sábado, não só pela cerimônia, que começará às 18 horas. Ela terá um dia de noiva, com direito a massagem, cabeleireiro, maquiagem e transporte até o estádio. Os cuidados estão incluídos no projeto da Secretaria de Justiça e Cidadania, assim como a taxa do cartório e a cerimônia.
Última edição do Alma Gêmea no ano
É a primeira vez, desde que o projeto começou, em 2012, que a cerimônia ocorre no Mané Garrincha. Já foram palco para as celebrações lugares como o Museu da República, a Ponte JK e a fonte luminosa da Torre de TV. Foram 13 edições que uniram 997 casais, com a presença de mais de 3 mil pessoas. “Essa iniciativa traz conforto jurídico, psicológico e até de convivência para essas pessoas, além de ser um momento especial”, resume o secretário de Justiça, Marcelo Lima.
O Alma Gêmea ocorre duas vezes ao ano, uma em cada semestre. A de sábado será a última de 2016. Para participar, é preciso comparecer — quando as inscrições estiveram abertas — na sede da Secretaria de Justiça e Cidadania, na antiga Rodoferroviária, e preencher uma ficha. As vagas, geralmente, são esgotadas em menos de uma semana. O projeto atende apenas pessoas de baixa renda.