Deputados distritais eleitos começam a se aproximar de Rollemberg

Pelo menos 12 parlamentares eleitos para os próximos quatro anos fazem discursos a favor do novo governador. Rollemberg e correligionários já se reuniram para atrair mais parlamentares em nome da "união por Brasília", segundo conversas ensaiadas

Discurso de Rollemberg é conseguir apoio da CLDF sem precisar fazer a política do toma lá dá cá com secretarias e outros cargos

O candidato eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) terminou a campanha no primeiro turno com apenas quatro candidatos a deputado distrital eleitos dentro da coligação majoritária, que também reuniu PDT, SD e PSD. O número representa apenas 16% do total de 24 cadeiras, mas o socialista conseguiu triplicar sua base de sustentação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Até agora, ele conta com 12 nomes, boa parte herdada a partir da derrota do projeto de reeleição do governador Agnelo Queiroz (PT), que teve 14 candidatos a distrital eleitos dentro de sua aliança. Sem a perspectiva de o governo petista prosseguir, ao menos seis parlamentares já desembarcaram no seio de Rollemberg dentro da CLDF.

Na primeira reunião com os distritais, realizada na sede nacional do PSB na quinta-feira, Rollemberg conseguiu juntar 12 distritais eleitos e 14 partidos, entre eles, a Rede Sustentabilidade — que já é tratada como legenda, apesar de não possuir o registro eleitoral — e o PRP. A sigla presidida por Adalberto Monteiro esteve com Agnelo Queiroz na metade do primeiro turno, declarou apoio a Jofran Frejat (PR) antes do segundo turno e acabou desembarcando ao lado de Rollemberg pouco menos de um mês depois da aliança com o PR. Entre os distritais, Dr. Michel (PP) também participou da reunião de transição, embora a legenda não tenha declarado apoio oficial.

O teste de fogo para Rollemberg será manter unido — e buscar ampliar — o bloco de apoio que está ao seu lado agora. Segundo especialistas em administração pública, o prazo médio para acomodações em novos governos é de 100 dias. Depois disso, é comum que as cobranças se intensifiquem. “O marco de 100 dias é como uma lua de mel. Depois, vêm as cobranças por resultados. O grande desafio do próximo governador será assumir o papel de líder condutor da máquina pública, sem deixar o loteamento político prevalecer sobre questões técnicas de competência”, defende o economista José Matias-Pereira, professor especialista em políticas públicas da Universidade de Brasília (UnB).

Presente à reunião, o distrital eleito Professor Reginaldo Veras (PDT) reafirmou o apoio ao novo governo, mas também cobrou que Rollemberg seja capaz de manter liderança e interlocução com a Câmara Legislativa. “O governador pode contar com nosso apoio, mas ele não deve abrir mão de exercer sua liderança política, senão, poderá ser responsabilizado politicamente por qualquer coisa que der errado na Casa”, diz.
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