A habilitação de mais de 80 estabelecimentos produtores de carnes brasileiros pela Rússia já anima os exportadores de carnes bovina e suína
A habilitação de mais de 80 estabelecimentos produtores de carnes brasileiros pela Rússia já anima os exportadores de carnes bovina e suína. Além de intensificar o já forte ritmo de crescimento do volume de carne bovina exportada pelo Brasil, a decisão deve reverter a tendência de queda das vendas externas de carne suína - agora a expectativa é fechar o ano com incremento também em volume.
"As habilitações pelo serviço veterinário russo de plantas industriais brasileiras, assim como a autorização para exportar tripas e miúdos, irão seguramente refletir em resultados ainda mais significativos nos próximos meses", afirmou ontem, em nota, Antonio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, entidade que representa a indústria exportadora de carne bovina.
No mês passado, a Rússia já foi o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina - no acumulado deste ano, Hong Kong lidera. Em julho, os russos gastaram US$ 181,6 milhões com a importação de 41 mil toneladas, o que representa 26,2% da receita e 30,8% do volume exportado pelo Brasil, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Abiec.
Ao todo, as vendas externas do país renderam US$ 691,9 milhões em julho, crescimento de 19,3% na comparação com os US$ 579,8 milhões apurados em igual intervalo do ano passado. Em volume, as vendas de carne bovina para o exterior totalizaram 144,7 mil tonelada, avanço de 8,6% ante as 133,2 mil toneladas comercializadas em igual período de 2013.
Para a carne suína, a habilitação para que sete plantas brasileiras vendam à Rússia será fundamental para que as exportações atinjam a meta da Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA), de cerca de 600 mil toneladas. Se alcançado, esse volume significaria um crescimento de 16% ante as 517 mil toneladas embarcadas em 2013.
Por enquanto, o volume de carne suína exportada pelo Brasil registra queda. Entre janeiro e julho, os embarques caíram 4,85%, para 276,8 mil toneladas. Com a decisão dos russos, informou ontem a ABPA, o volume mensal de vendas "deverá aumentar acima da média" e, com isso, a indústria brasileira dever exportar cerca de 600 mil toneladas, reafirmou ontem a ABPA.