Com duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, uma agenda conservadora nos costumes e liberal na economia, o PSC lançou nesta terça-feira a pré-candidatura à Presidência da República do vice-presidente nacional da legenda, Pastor Everaldo Pereira. No seu discurso, ele, que integra a Assembleia de Deus, afirmou que o governo Dilma "montou uma máquina para se servir do Estado". "É preciso dizer não ao aparelhamento do Estado e sim ao direito do povo brasileiro pela alternância de poder, um princípio da democracia".
Disse ainda que governo usa as estatais para praticar a "corrupção". "Tudo que for possível tirar da mão do Estado, da corrupção para passar para a iniciativa privada, (nós faremos). Vamos enxugar esse Estado. Somos privatizantes, tudo o que for possível tirar das mãos do Estado, para passar à sociedade e combater a corrupção, vamos fazer."
Sabendo que vai enfrentar adversários fortes, como a presidente Dilma Rousseff, o tucano Aécio Neves e Eduardo Campos, do PSB, Everaldo disse que acredita em milagres. "Sou um homem de fé, acredito em milagres e creio que Deus está no controle", afirmou no discurso em que se lançou pré-candidato a presidente. Ele disse que na última pesquisa do Ibope apareceu com 3% das intenções de voto, embora não fosse ainda candidato. Acredita que vai melhorar sua posição daqui para a frente porque fará uma pregação em que o eixo será a família, o ser humano e a privatização do Estado.
Everaldo disse que o PSC vai se apresentar para a população como defensor da iniciativa privada. "Vamos enxugar o Estado brasileiro. Fazer dele um Estado necessário, nem mínimo nem máximo." Ele também é contra o aborto, o casamento gay e a favor da redução da maioridade penal.
O PSC tem hoje cerca de 56 segundos de propaganda eleitoral, de acordo com cálculos preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas Everaldo acredita que o pouco tempo de televisão não será impeditivo para que leve sua mensagem à população. Primeiro, porque está percorrendo o Brasil todo, visitando igrejas evangélicas em todos os Estados e na maioria das cidades. Para provar isso, ele cumprimentou os pastores hoje um a um, pelo nome, citando a cidade à qual pertenciam.
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) só apareceu no final do lançamento da pré-candidatura de Everaldo. Não discursou. Mas foi aplaudido. Feliciano foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara no ano passado e se envolveu em grandes polêmicas com grupos que defendem minorias. Com isso, cresceu entre o eleitorado evangélico.
Por Paulo Roberto Melo