Secretário da Casa Civil da Bahia no segundo mandato de Jaques Wagner (PT) e titular de Relações Institucionais na primeira gestão petista, o economista Rui Costa sempre foi o preferido do governador para sua sucessão. A parceria desde os tempos de sindicalismo, nos anos 80, foi mais forte que a resistência entre os partidos aliados do governo e dentro do próprio PT.
O temor é de que, embora não seja estreante nas urnas - já foi vereador e se elegeu deputado federal em 2010 -, Rui Costa não tenha cacife eleitoral para uma disputa estadual. Alas do PT apontavam que nomes como os do senador Walter Pinheiro e do ex-presidente da Patrobrás, José Sergio Gabrielli, teriam mais aceitação entre os eleitores. Wagner, porém, fez valer sua posição.
Apesar de estrear em disputas majoritárias, Costa rejeita o rótulo de "poste" de Wagner. "Só quem não pesquisou pode dizer isso", argumenta. Para confirmar a posição, lembra ter sido o terceiro deputado federal mais votado no Estado, em 2010, e o vencedor entre os candidatos petistas, com 212 mil votos. Foi fundador do PT na Bahia e vereador por dois mandatos (2000 e 2004).
Sua indicação, porém, tem menos a ver com o desempenho nas urnas e mais com a relação com Wagner. Costa acompanha o governador desde o início da carreira política, à frente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica da Bahia (Sindipetro), na década de 1980. "O governador optou por alguém em quem confia plenamente para seguir seu trabalho no Estado", diz um colega de secretariado de Costa.
Para ampliar seu grau de conhecimento entre os eleitores, Costa tem sido presença constante em eventos e inaugurações pelo Estado desde o início do ano passado, em geral ao lado de Wagner. Para tornar a imagem mais simpática à população, tirou do figurino os óculos e passou a frequentar consultórios de fonoaudiólogos, para melhorar a dicção.
Além disso, passa por treinamento em oratória, com o objetivo de fazer frente a candidatos com mais bagagem em disputas e debates políticos. Seus prováveis principais adversários, a ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata (PSB), o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), além de mais experientes em eleições, são conhecidos pela boa capacidade de argumentação.
A oposição ainda não decidiu se vai lançar Souto ou Geddel. PMDB e DEM querem uma aliança, mas não entraram em acordo sobre a cabeça de chapa.