O senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal padrinho político do
governador de Minas Gerais, o também tucano Antonio Anastasia, confirmou nesta
quinta-feira , 9, que o atual comandante do Executivo mineiro deve se afastar
do cargo em março para disputar uma vaga no Senado. Aécio almoçou com Anastasia
e o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) na sede do governo de Minas e
afirmou que essa é a discussão "mais objetiva" em torno da sucessão
estadual.
"Estamos discutindo a permanência ou não do governador
Anastasia até o fim do mandato. Não há uma definição tomada, mas há uma
possibilidade concreta de afastamento do governador Anastasia no fim de
março", disse, após o almoço. "Confirmando-se essa possibilidade, que
eu diria que caminha para a maior probabilidade, o vice-governador assume o
mandato", acrescentou.
Alberto Pinto Coelho foi um dos nomes que cogitou disputar a
sucessão ao governo de Minas, ao lado de tucanos como os deputados federais
Marcus Pestana e Nárcio Rodrigues, mas Aécio adiantou que há um
"consenso" entre os aliados no Estado - a aliança em torno da eleição
de Anastasia foi composta por 12 legendas - "de que o candidato a
governador deve ser do PSDB". O preferido do senador, que precisa de um
palanque forte no Estado para sua provável candidatura presidencial, é o
ex-ministro Pimenta da Veiga.
PSB
Sobre as articulações para a formação da aliança em Minas, Aécio
defendeu uma espécie de "armistício" com o PSB presidido pelo
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também já adiantou a intenção de
participar da corrida presidencial em outubro. Em Minas, o PSB integra a base
do governo tucano desde a primeira eleição de Aécio para o governo, em 2002, e
rachou com o PT para se coligar ao PSDB na reeleição do prefeito de Belo
Horizonte, o socialista Marcio Lacerda, no ano passado.
Mas a direção do PSB mineiro já divulgou a intenção de lançar
candidato ao governo mineiro para garantir palanque para Campos no segundo
maior colégio eleitoral do País. "O PSB governa conosco. No que depender
da minha vontade, da minha ação, o PSB deverá continuar conosco e acho que há
espaço para isso. Mas é uma decisão do PSB", declarou Aécio, que confirmou
a possibilidade de o PSDB apoiar um candidato socialista em Pernambuco. "Não
é impossível que isso ocorra, independentemente de isso ser uma moeda de troca.
São as circunstâncias locais", concluiu o senador.