Mesmo se Arruda não concorrer, o presidente do partido diz que outros filiados têm condições de concorrer
“O partido”, diz ele, “ficou muito forte com o ingresso de nomes importantes, mas vamos decidir tudo juntos, dentro do partido”.
Mesmo com as novas filiações, Salvador lamentou a saída do deputado federal Ronaldo Fonseca, que não querendo sair da base de Agnelo, transferiu-se para o recém-criado Pros, onde assumiu a presidência regional. “Queríamos que o pastor Ronaldo Fonseca permanecesse no partido, mas ele não quis”, lamentou Salvador ao negar que a saída do deputado federal tenha relação com a filiação de Arruda.
Sem Fonseca, o PR ficou sem representantes do DF no Congresso. Na Câmara Legislativa resta Aylton Gomes.
Mudança de lado
O PR passou nos últimos meses de base do governo para a oposição, ainda que se proclame independente. Para Salvador, “o governador Arruda é apenas mais um filiado. Nossa saída do governo não tem nada a ver com a chegada dele”.
De um lado o partido usa a TV para fazer críticas ao atual governo e, de outro, dezenas de filiados ocupam a Secretaria de Trabalho, sob a batuta do bispo Renato Andrade, ainda membro do PR.
A contradição não preocupa Salvador Bispo. Ele conta que assumiu a presidência há quatro meses e nunca foi chamado para conversar pelo governador. Afirma, aliás, não ter interesse em voltar a apoiar o governo que classifica de “ruim”.
Montando a chapa
“Somos um partido independente e estamos montando nossa própria chapa para concorrer as eleições do ano que vem. Estamos com uma nominata forte e temos vários nomes que podem disputar o governo”, insiste Salvador.
José Salvador nega que o afastamento com o Buriti seja resultado do ingresso do ex-governador José Roberto Arruda, que estando em condições jurídicas será o nome mais forte para a disputa ao governo pela legenda.
Um pé no governo, outro na oposição
A falta de comunicação com o Executivo levou o partido a um afastamento e a mudança de postura. “Estamos construindo nossa própria nominata para ver Brasília de volta aos trilhos. Não queremos participar de um governo tão ruim assim”, declara o presidente do PR no Distrito Federal.
A contraditória permanência do secretário de Trabalho a frente da pasta não incomoda Salvador, que considera parte do processo democrático do partido a decisão do grupo. “Não estamos preocupados se as pessoas estão lá. Se eles estão fazendo um bom trabalho é o que importa”, diz Salvador.
O presidente confessa que não sabe qual será a situação de Renato Andrade nas eleições do ano que vem e se ele disputará algum cargo pela legenda. “Não sei ainda se ele será candidato, mas se quiser ficar no partido tudo bem”, conta.
Bispo Renato é ligado ao deputado federal Ronaldo Fonseca, mas preferiu permanecer no partido por acreditar que sua transferência para o Pros não lhe daria legenda para se eleger em 2014.
Ronaldo discordou do PR quando recebeu o ex-governador José Roberto Arruda e consequentemente deixou a base do governo de Agnelo Queiroz. Ele assumiu a presidência do PROS.
Outros membros do PR, também ligados a Ronaldo Fonseca, permaneceram na secretaria.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília